Diário de Bordo - Sérgio

 

25/12/2006

Dormimos até não poder mais!!! Cansados da noite anterior, tiramos a manhã e o meio da tarde para descansar. Deixei as crianças jogarem no computador na parte da tarde um joguinho chamado Virtual Skipper que o Hugo nos deu, muito bom. No começo da noite fomos passear no Pelourinho e jantamos no Pomerô, nosso restaurante preferido do local. Como sempre, comida excelente e ótimo atendimento. Passeamos por lá, curtindo a noite e as pessoas que estavam na rua, deixando o clima ainda mais natalino. Tomamos um sorvete na Cubana e retornamos ao barco para dormir.

 

26/12/2006

Levantamos cedo para poder passear. O programa de hoje é ir até a praia do Forte, que é uma das nossas preferidas da Bahia. Após o café da manhã, pegamos um táxi e fomos pegar o ônibus no bairro Calçada, aqui perto da marina. Chegamos atrasados, mas demos sorte, pois o ônibus também estava atrasado e, ainda por cima deu uma batida leve num carro parado na esquina quando chegou. Após duas horas de viagem estávamos na praia do Forte, num horário ótimo de maré. Comemos alguns salgados e fomos para a praia. As piscinas naturais estavam fantásticas com a maré baixa e a água estava muito quente, num gostoso dia de muito sol e céu muito azul. Mergulhamos bastante e vimos centenas de pequenos peixes muito coloridos, alguns que brilhavam tanto que pareciam fosforescentes. Achamos várias estrelas-serpente e muitas lesmas-do-mar, além de ver uma manduréia bem pequena! Depois de um mergulho de mais de uma hora, fomos para uma das piscinas naturais, com fundo de areia, e ficamos brincando e curtindo o visual. Bem, chegou o final da tarde e precisamos voltar, mas as maravilhas ainda não acabaram. Retornando pela praia, vimos um grande aglomerado de pessoas no projeto Tamar e fomos ver o que estava acontecendo. Dezenas de tartaruguinhas estavam nascendo num dos ninhos protegidos pelo Tamar e todos estavam lá vendo. Vimos os funcionários do Tamar ajudando-as a sair das cascas, depois elas foram colocadas numa caixa e levadas para a beira-mar. Fomos para lá também e vimos quando começaram a sair correndo pela praia procurando a água, algumas mais espertas e rápidas e uma que ficou para trás, pois perdeu a direção do mar. Quando foi ajudada a chegar no mar, algumas ondas a pegaram e ela tomou vários “capotes”. Tentaram colocá-la mais para o fundo, mas ela já estava exausta. Foi, então, levada ao Tamar novamente e provavelmente irão deixá-la descansar para tentar colocá-la no mar outro dia. As crianças adoraram o espetáculo e a Carol conseguiu passar a mão numa das tartaruguinhas. Tomamos um lanche num mercado e pegamos o ônibus para voltar. Após duas horas meio dormindo no ônibus, um bom banho de chuveiro nos fez acordar outra vez e aproveitei para responder um monte de e-mail’s que eu tinha acumulado. Praia do Forte: imperdível para quem vem para a Bahia, mas procure sempre o horário da maré baixa!

 

27/12/2006

Logo após o café da manhã, eu e a Lu fomos para o Mercantil Rodrigues, fazer um grande mercado para sairmos. Ficamos quase três horas no mercado e a compra foi bem grande. Retornamos e carregamos o barco. Pretendíamos ir hoje para Itaparica, mas as crianças preferiram sair amanhã, para aproveitarmos a tarde de hoje para passear no Pelourinho e tomarmos sucos de sorvete na Cubana. Fomos também até a Casa Jorge Amado, mas já havia fechado para um evento. Fomos mostrar o Palácio Rio Branco para a Lu, mas também estava fechado para um evento político! Acabamos ficando num banquinho da praça vendo o final de tarde e pegamos uma grande fila no elevador Lacerda para descer. Trabalhei um pouco na net, comemos carne-de-sol acebolada com capeletis e as crianças adiantaram o estudo.

 

28/12/2006

Acabamos acordando tarde, mas logo tive uma boa notícia: o bujão de gás que eu precisava chegou. O gás havia acabado faz alguns dias e a companhia de gás não estava entregando. Levantei, busquei o bujão, aproveitei para acertar nossa conta no CENAB e despedir do pessoal, principalmente do Hamilton, sempre muito gentil. Liguei para o Capitão-dos-Portos Miranda, para desejar um feliz ano novo, agradecer todo o cuidado conosco. Tomamos nosso café da manhã, arrumamos o barco para sair e lá fomos nós em direção à Itaparica. Fomos uma boa parte do tempo no motor e vela e, chegando próximos de Itaparica, tiramos o motor para apenas velejar. Diminuímos o pano e tomamos um banho de mar na escadinha, sendo rebocados pelo barco. O “Leoa Louca”, um Velamar 45 do Reinaldo e da Bernadete, saiu depois de nós e chegou bem antes, pois foi direto no motor. Chegando em Itaparica, vimos o Tiki e o Compostela ancorados. Quando chegamos perto da marina, vimos o Radum! Que bom! Iremos rever o Valmir e a Mariana! Logo entramos na piscina da marina e amarramos o barco na ponta do píer. Fizemos nosso almoço e fomos ver o pôr-do-sol na praia do forte. Retornamos ao barco e no caminho encontramos o Edélcio, a Meire, o Rolim e a Lourdes, junto com vários amigos. Precisávamos ir para o barco, mas ficamos de voltar. Chegando na marina, fomos conversar com o Valmir e a Mariana. Após muitas histórias de ambos os lados, retornamos para encontrar o pessoal, mas eles já estavam vindo embora. Conversamos um pouco com eles e, após um bom banho de chuveiro, fomos dormir.

 

29/12/2006

Logo após nosso café da manhã, com um lindo dia de sol, começamos a trabalhar. Enquanto eu e a Lu trocávamos o óleo do motor do Fandango e apertávamos a correia do alternador, o Jonas e a Carol lavavam as muitas garrafas que estamos guardando há meses para encher com a água da “fonte da bica”, aqui em Itaparica. A água aqui é muito boa e, para quem lembra, dos nossos diários antigos, “faz velha virar menina”. Após mais de uma hora nesses trabalhos, fomos para o próximo, que com o calor que estava se tornou muito agradável: limpar o fundo do Fandango. Talvez por havermos navegado muito desde a última pintura de fundo, os bordos de ataque de leme, quilha e a proa do Fandango (áreas que eu reforcei muito a pintura quando a fiz), já estão pegando cracas direto. O resto do fundo está muito bom e acho que vai durar mais, no mínimo, meio ano. Após o trabalho, nos lavamos com água doce para remover os minúsculos crustáceos que grudam no nosso corpo, sempre que limpamos o fundo. Fizemos um strogonoff de frango “Mio Modo” (só o achei em João Pessoa, que pena, pois é muito bom!) com arroz e batata frita e depois as crianças foram jogar Virtual Skipper, enquanto descansávamos. Encontramos com o Carlão e a Sandra, do outro Fandango, que irão passar o reveillon aqui em Itaparica também! Eles, como sempre, estavam com o Louro, o manso papagaio deles, que sempre faz sucesso onde chega. O pôr-do-sol foi lindíssimo e o assistimos sentados no píer da marina. Resolvemos passar o reveillon aqui em Itaparica, pois o lugar é agradabilíssimo. Às oito horas da noite, fomos para o restaurante Namastê, onde o Reinaldo tocou piano e a Bernadete cantou, dando um belo show de Jazz e Bossa Nova. Ficamos lá até as dez e depois voltamos ao barco para descansar.

 

30/12/2006

Acordamos eram quase dez horas da manhã, com o sol gostoso esquentando o barco. Após o café da manhã, onde a “vedete” foi o “pão com ovo”, fizemos diários e eu aproveitei para digitar mais alguns diários antigos. No começo da tarde, deu a “maior lezeira” e dormimos mais um pouco, enquanto as crianças liam. Inflei o bote para podermos passear e coloquei o motor de popa. No final da tarde, aproveitando que o sol estava um pouco mais fraco, fomos de bote ao banco de areia ao lado da marina. Eu e a Lu fomos mergulhar perto das sinalizações de perigo isolado e o mergulho, apesar de gostoso pela água quente, não foi lá essas coisas para ver peixes. Retornamos ao banco de areia e encontramos o Carlão, a Sandra e o Louro, do outro Fandango com um casal de amigos: o Dino e a Ana. O Dino trabalha na marinha, é velejador e conhece o Ladislau e a Theresa das velejadas na represa Guarapiranga. Conversamos um pouco e vimos o magnífico pôr-do-sol do lugar. O frio começou a bater e fomos para o Fandango almo-jantar. O macarrão à bolonhesa caiu muito bem e, quando estávamos quase acabando, o Edélcio e a Meire vieram nos fazer uma visita. Conversamos um pouco e eles comeram a sobremesa conosco. Quando eram oito horas, fomos ver um outro casal com um filho de um veleiro, que estavam tocando no Namastê. Os três tocam muito bem e o “blues” correu solto. Tomamos um sorvete pertinho da marina, na sorveteria “How Nice”, que é muito gostoso. Acabamos indo dormir cedo, com uma lua crescente que promete um lindo reveillon para amanhã.

 

31/12/2006

Acordamos muito tarde novamente. Estamos aproveitando para dormir e descansar bastante e, acho, ainda nos recuperar da viagem para o Caribe. Tomamos o café, fizemos diários e consegui atualizar mais uma página atrasada de nossa viagem. Queria muito fazer isso para poder enviar um e-mail falando da atualização e desejando um feliz ano novo para todos que nos acompanham virtualmente. O Jonas teve seu último “stress” do ano e justo na Bahia! Tudo por causa de um cortador de unha! Após um bom papo, tudo virou piada. Fui na praia com a Lu, enquanto as crianças estudavam e, depois do banho, fomos numa excelente pizzaria/pastelaria para jantar algo que todos gostam: pastéis! Voltamos ao barco, pegamos umas coisinhas para beliscar na praia. A marina estava cheia e o clima era festivo em todos os barcos. Telefonei para algumas pessoas, para outras não consegui e deixei recado e pensei bastante naqueles que não temos contato telefônico (amigos do Cavalo Marinho, Beduína, Kanaloa e Kaká-Maumau). Fomos até a praia do forte, curtindo a cidade enfeitada e ficamos esperando dar a meia-noite deitados na areia da praia, onde apenas nós estávamos, vendo a lua cheia brilhando no mar. O Jonas fazia um barquinho para soltar no mar, com uma flor para Iemanjá. Acabei dormindo alguns minutos e acordei um pouco antes da virada do ano, com os fogos já pipocando. Fomos para a água e pulamos as sete ondinhas. A Carol ficou só de biquíni e fez seu primeiro mergulho de 2007. Comemoramos bastante a virada do ano, torcendo que o ano que vem tenha, no mínimo, um pouquinho das belas coisas que aconteceram e vimos em 2006. Esse ano será sempre inesquecível para nós!

 

01/01/2007

Começamos o ano acordando tarde novamente. A idéia é descansar bastante hoje para podermos viajar amanhã. Quando fui dar votos de bom ano novo para o Valmir e Mariana do Radum, eles já não estavam mais lá. Devem ter acordado cedo e não quiseram nos incomodar. Após o café, fomos para a praia e ficamos curtindo o mar quente com a praia, desta vez lotada de gente. Tomamos sorvetes e no final da tarde voltamos ao Fandango. Tomamos banho e encontramos o Edélcio e a Meire e convidamo-los para comer pastéis conosco. Fomos até a pastelaria Fundo de Quintal e... que roubada!!! Estava lotadassa!!! Esperamos uma mesa e sentamos. Na hora dos pastéis, a coisa encrencou. Ficamos esperando uma hora para comer um pastel cada um! Quase fomos embora, mas acabamos esperando-os e depois retornamos ao barco. Ficou muito tarde, mas mesmo assim arrumamos as coisas para poder sair no dia seguinte. Fomos dormir eram quase onze e meia e precisarei de muita coragem para acordar as duas, que é o horário certo de sair para podermos chegar de dia e com maré alta em Camamu.

 

02/01/2007

O despertador tocou eram duas horas da manhã. Com muita “força de vontade”, levantei e comecei a arrumar as últimas coisinhas para sair. A Lu acordou e me ajudou com os últimos preparativos. A noite estava maravilhosa e a lua muito cheia, já descendo em direção à ilha dos Frades. Soltamos as amarras e saímos da marina. Com a luz da lua foi muito fácil achar o canal de saída e as bóias, mesmo cegas, eram fáceis de serem avistadas. A Lu voltou a dormir e coloquei o “Alfredo” para trabalhar. Fomos nos afastando de Itaparica, que estava muito linda, com as luzes das ruas iluminando as casas e igrejas. Cruzamos a Baia de Todos os Santos em direção à Salvador e tive de desviar de uma das balsas que fazem a travessia Itaparica-Salvador. Quando estávamos chegando perto do Farol da Barra, o dia começou a clarear e o trânsito de navios a aumentar. O vento, que até então estava na cara, girou e começamos a velejar muito bem. A maré começou a descer com mais força e o mar ficou muito agitado, com ondas curtas e freqüentes, batendo toda hora no casco do Fandango. O vento ficou fraco novamente e eu tentava velejar, mas tudo batia demais! Liguei o motor e continuamos avançando à máquina. Cruzamos por dois navios de passageiros grandes e três cargueiros na entrada da barra, um após o outro. Acho que terão que colocar um semáforo no local, logo, logo! Conforme saíamos da entrada da barra, o mar ia ficando um pouco mais liso. De vez em quando se aproximava uma nuvem de chuva, que molhava tudo e trazia vento. Eu levantava a mestra, descia a genoa e velejávamos uns quinze minutos, até que o vento morria outra vez. Levantei e abaixei as velas umas cinco ou seis vezes nesses pirajás. A Lu e o Jonas acordaram e assumiram o turno quando eram umas dez horas da manhã e eu pude ir dormir um pouco. Descansei bem, a Carol acordou e assumiu com o Jonas para a Lu descansar mais um pouco. Acordei novamente com o barulho da Carol vomitando, pois foi no banheiro e não agüentou! Ela foi esperta e usou o vaso sanitário para isso, não sujando nada no barco. Ela saiu, melhorou rapidamente, tomou um dramin e apagou! O Jonas e ela falaram que nós havíamos passado por dois grandes cardumes de peixes no caminho e que tentaram me chamar, mas eu não escutei. Coloquei a vara para tentarmos pegar um peixinho. Nisso, o vento já havia entrado e velejávamos bem. Víamos muitos pássaros e muitos peixes pulando perto do barco. Algum tempo depois, a fricção do molinete cantou e logo embarcávamos um belo atum de quase dois quilos! O jantar está garantido! Soltamos novamente a isca, pensando em como deveria ser bom o atum salgado. Falei para o Jonas que o próximo peixe seria ele que puxaria. Algum tempo depois, a fricção cantou novamente e o peixe foi levando muita linha. Reduzimos o motor e o Jonas começou a puxar o peixe, sem conseguir recuperar muito a linha. Ele cansou e passou a vara para a Lu, que também não conseguiu recuperar quase nada de linha. Entrou uma chuva e eu peguei a vara para eles poderem colocar as capas e então vi o tamanho da briga: estava muito pesado o peixe! Entrou um vento e precisamos entrar no vento e soltar as velas para trazer o peixe. Fazendo muita força, fui puxando o danado. O molinete começou a fazer um barulho estranho e, de repente, o carretel estourou! Mesmo assim, consegui ir recolhendo a linha com ele e, depois de um bom tempo, um belo atum de quatro quilos chegava na popa do barco. Usávamos sempre o puçá para embarcar os peixes, mas para esse o puçá era pequeno. Pedi para o Jonas pegar o arpão da Lu, que é uma seta com um elástico, simplesmente. Armei com força, mirei bem e acertei em cheio na cabeça do peixe. O arpão entrou firme e, mesmo tendo escapado de minha mão, consegui pegá-lo novamente e puxei o peixe para bordo, não sem antes deixá-lo sangrar um pouco dentro da água, para não sujar o barco. O peixe é lindíssimo e dará ótimos filés! Fomos colocar o Alfredo, o piloto automático, no rumo novamente e ele não estava funcionando. Não sei o que aconteceu. O peixe grande jogou muita água do balde para fora e pode ter caído na conexão do piloto, mas ele não deveria para de funcionar por causa disso. Pegamos o Jarbas, que estava de “férias” há um bom tempo e ele começou a trabalhar feliz da vida. Nós nos aproximávamos de Camamu e deixei para limpar o peixe lá. Quando chegamos na entrada dessa maravilhosa baia, chamei a Lu (que havia voltado para descansar) e a Carol que acordou e ficou muito surpresa com os peixes. Fomos entrando vendo a praia de Barra Grande e curtindo o lindo visual, numa entrada muito menos tensa do que a outra que fizemos. Um pouco antes de chegarmos ao Sítio Sabiá, caiu outra chuvarada rápida, mas logo estávamos pegando a poita. Eram cinco horas da tarde e a viagem foi excelente! Usamos muito o motor, mas tivemos uma travessia gostosa e com muitas surpresas. Mesmo tendo comido algumas bobagens durante a viagem, estávamos todos morrendo de fome. Limpei o peixe pequeno e colocamos no forno com batatas, tomates e cebola forrando a assadeira. Detalhe: o peixe não tinha tempero nenhum. Enquanto isso, limpei o atum grande e, dos quatro filés grandes que tirei, um fiz um sashimi na hora, para entrada. Estava divino! Sashimi de atum já é muito bom, com ele super fresco então, nem se fale! Tomei um banho na popa para tirar o cheiro de peixe e, uma hora depois de colocado no forno, o outro atum estava pronto. E como ficou gostoso!!! Pegamos sal, azeite, shoyo e limão e cada um colocava o tempero que queria no peixe (que é a grande vantagem de assá-lo sem temperos). Fomos experimentando e, na minha opinião, o azeite com sal foi o melhor. A carne firme do atum é deliciosa para assar no forno. Após o jantar, sentamos no cockpit e ficamos vendo a lua totalmente cheia nascendo atrás dos coqueiros da ilha de Campinho. Muitas tainhas pulavam bem na popa do Fandango e o rio era uma paz só! Mesmo muito cansado, a vontade era não dormir. Quando deitamos, não demoramos nadinha para apagar!

 

03/01/2007

Acordamos tarde, tomamos café e descemos no Sítio Sabiá para ver o Juvêncio, que acabara de chegar de um passeio até Tremembé com seu catamarã. Conversamos com ele, deixamos as roupas sujas, que estavam molhadas com água salgada da travessia, para lavar e saímos para passear. Logo paramos na Soninha e matamos saudades, batendo um papo gostoso. Vimos a velinha do Fandango, que ficou linda, pendurada junto às outras e batemos uma foto com ela. Fomos até a ponta da Ingazeira e decidimos tomar um banho de mar e mergulhar um pouquinho numa prainha ali perto. A água estava gostosa, mas um pouco turva. Já estava para escurecer, então voltamos ao Fandango, onde comecei a preparar o jantar. Tomamos banho no Sítio Sabiá e depois comemos o resto do atum grande, que eu havia salgado, com molho de leite de coco, cebolas, tomate e batatas. Ficou ótimo! Comemos muito e sobrou apenas um pequeno pedacinho do peixe, que foi jogado à água, pois não havia mais espaço físico para ele em nenhum de nós! Ficamos vendo a linda lua cheia e depois fomos dormir, para podermos acordar cedo para passear amanhã. Durante a noite, esquentou muito. Tive de sair e dormir um pouco do lado de fora. A chuva me espantou para dentro do barco outra vez e acabei dormindo no chão do barco, onde estava mais fresco que a cama.

 

04/01/2007

Sete horas da manhã o despertador tocou e logo nos levantamos, mesmo com uma chuva chata caindo. Tomamos café da manhã, arrumamos nossas coisas e fomos encontrar com o Ivonilsom, que iria nos levar para Taipus de Fora, uma das três praias do Brasil considerada “seis estrelas” (as outras duas são em Noronha). A viagem para lá foi tranqüila e rápida, numa boa estrada de terra e areia que no inverno, quando chove muito, dizem ficar intransitável. Chegamos lá eram nove e quinze da manhã, o tempo havia melhora e a praia é realmente fantástica. Muitos coqueiros ao longo da orla, o mar agitado ao longe e bem calmo perto da praia, sob a proteção dos recifes de coral. Há alguns restaurantes na entrada da praia, que parecem ser caros e também algumas pessoas vendendo tapiocas e acarajés (caros também). O horário para mergulhar estava perfeito, nos final da vazante de lua cheia, deixando as piscinas naturais com pouco volume de água. Colocamos as máscaras e nadadeiras (há várias barracas alugando material de mergulho no local) e fomos para a água, que estava quente e com boa visibilidade. Nadamos até os recifes e já começamos a ver vários peixes coloridos. Fomos acompanhando os recifes nadando para a direita, até chegarmos num lugar que chamam de “piscina”, onde o recife tem uma entrada e forma uma região abrigada. Vimos muitos peixes, de vários tipos: cirurgiões azuis, budianos com o corpo meio azul e meio amarelo, muitas viuvinhas que nos chegavam deixar pertinho e muitas marias-da-toca. Vimos algumas coisas que nunca havíamos visto. Primeiro, coloquei a mão no coral, perto de uma viuvinha, que fez uma coisa que eu nunca havia visto: ela se aproximou da minha mão, virou de costas e tentou afastar minha mão com a nadadeira caudal, batendo com ela nos meus dedos. Fez isso várias vezes, até que desistiu. Mostrei para a Carol e para a Lu o acontecido e logo estávamos nos três fazendo isso com várias viuvinhas e o comportamento era semelhante com várias delas. Outra coisa muito bonita foi um pequeno peixe de uns três centímetros de comprimento, com o corpo azul escuro com manchas azuis claras brilhantes, parecendo fosforescentes. Vimos vários deles, mas um especificamente, tinha muitas manchas e chamava demais a atenção. A outra coisa, talvez a mais bonita e mais rara delas, foi a Lu que achou: um molusco parecendo uma lesma-do-mar, só que branca com as abinhas amarelas, com uns três centímetros de comprimento, caregando uma pequena e bela conchinha bege com listras marrons! Eu nunca vi esse ser em nenhum lugar, nem em livros! Ficamos curtindo o bichinho e logo o deixamos sossegado. Foi um belíssimo mergulho! O lugar faz juz à fama. Voltamos com a maré já enchendo e mergulhamos duas horas, que se passaram como se fossem cinco minutos. Quando estávamos saindo, caiu um “pé d’água” daqueles e nosso guia nos levou para outro lugar: uma praia ao lado da lagoa azul. Subimos num morro (que subida dura!) de onde tivemos uma linda vista da região, com o farol de Taipus de Fora pertinho de nós e a praia se perdendo de vista para ambos os lados, com o coqueiral abaixo de nós. Descemos o morro e fomos para a praia, que não sei o nome, com ondas e ficamos ali pegando jacarés e curtindo uma praia de ondas para variar. Saindo da praia, fomos a pé para a lagoa azul, onde logo entramos e ficamos curtindo a água quente e doce. Ao lado da lagoa, um barzinho servia tapiocas e cocos. Experimentei uma tapioca de siri catado com molho de tomate (deliciosa!) e os outros comeram tapiocas de queijo. O coco estava deliciosamente refrescante e o tomamos dentro da água, com muito peixinhos nos rodeando. Quando fomos comer a polpa do coco, vimos que os peixes ficaram muito excitados e a cada pedacinho de coco que caia na água era um frenesi dentro da água para cada um tentar pegar sua parcela. A outra parada era o farol, mas desistimos de ir por estarmos cansados e termos de andar um bocado até ele. Voltamos para o Sítio Sabiá com algumas pessoas de São Paulo na caçamba, agradecemos o Ivonilsom, batemos um rápido papo com as pessoas e fomos ao barco tomar banho. Após o banho, com todos morrendo de fome, falei para irmos à Soninha, pois eu havia ficado de “passar” lá hoje no final da tarde. Todos foram com cara de que queriam o jantar antes de sair. Quando chegamos lá, o Jonas, a Carol e a Lu acharam estranho que começaram a colocar a mesa para nós e então eu contei a surpresa: ontem eu havia combinado com a Soninha para ela fazer seu famoso filé para nosso jantar de hoje. O sorriso surgiu em todas as bocas, que automaticamente começaram a salivar. Logo era servido um delicioso filé, com arroz com salsa e um delicado molho de cebolas picadas puxado no molho de fritura da carne! Com o apetite que estávamos, nem precisava estar tão gostoso! Posso dizer que não sobrou nem um pedacinho de cebola para contar a história (e olha que é muito bem servido!). Despedimos da Soninha e voltamos a pé no escuro para o Sítio Sabiá, aventura que a Lu e as crianças não estavam gostando muito. Mas tudo foi tranqüilo e, mesmo sem a luz da lua, achamos o caminho certo. No barco, fizemos nossos diários e fomos dormir cedo para mais passeios com maré baixa amanhã.

 

05/01/2007

Pretendíamos passear hoje, por isso tentamos acordar cedo, mas o dia chuvoso não estava lá essas coisas para passear. Resolvemos ficar fazendo algumas coisas no barco. A Lu aproveitou para descansar e ler, as crianças ficaram estudando o dia todo, para colocar em dia algumas matérias e eu fui fazer algumas coisas que precisava no barco. A primeira coisa que “ataquei” foi o Alfredo, que parou de funcionar logo após pegarmos o atum maior. Como ele já apresentava mal contato antes, fui direto no cabo de conexão de força dar uma olhada. Tiro certeiro: um dos contatos de força estava solto! Recoloquei no lugar e apertei o minúsculo parafuso que o prende. Testei e ele voltou a funcionar normalmente. Enchi o tanque de diesel com os galões reservas e removi a cola de uma fita adesiva, que usei para prender as redinhas para não deixar pernilongos entrarem, que eu havia colocado em Cabedelo. O último item para deixar tudo em ordem era as luzes de navegação de boreste e bombordo (é uma lâmpada só para as duas), que começavam a funcionar apenas meia hora depois de ligadas. Desmontei-a e vi que os fios estavam oxidados. Limpei bem, refiz os contatos e parece que voltou a funcionar normalmente. Lembrei de um ditado que o Rodrigo dizia: “Velejar é consertar o barco em lugares paradisíacos!”. Logo que acabei os consertos, fui dar um mergulho, pois o dia melhorou e esquentou. A água estava ótima e as crianças vieram dar um mergulho também. Fiz um macarrão com atum e acrescentei um pouco de leite de coco que sobrou do último atum que fiz. Ficou muito gostoso e deu um toque legal no molho. Curtimos o final da tarde comendo as sobremesas (doces, oba!) e vendo tudo escurecer aos pouquinhos. Tentamos pegar alguns peixes com o arpão da Lu, mas não conseguimos nada. Voltamos para fazer diários, estudo e leitura. Dormimos cedo, pois a noite estrelada promete um bom dia de passeio para amanhã.

 

06/01/2007

O dia amanheceu bem melhor que ontem, com sol e apenas algumas garoas bem rápidas. Repeti a dose da panqueca para o café da manhã, pois acabou-se o pão, e as crianças começaram a estudar. Ficamos fazendo algumas coisinhas no barco e quando era meio-dia, saí com o Jonas para Barra Grande para comprar algumas coisas que faltavam. A Lu preferiu ficar descansando e a Carol quis ficar com ela. Deixamos o bote no Sítio Sabiá e fui andando com o Jonas pela praia. Na frente da Pousada Lótus, encontramos a Soninha, que nos pediu para pegar uns CD’s para ela em Barra Grande. Fomos andando até a ponta da Ingazeira e a maré estava tão baixa que conseguimos atravessar sem precisar ir até o mangue mais à frente. Andamos pela praia, e eu, que esperava encontrar muita gente andando, tive uma surpresa boa e a praia estava quase igual a quando viemos da outra vez, mesmo sendo alta temporada. Vimos muito pouca gente na praia e paramos para tomar um banho de mar. O Jonas ia procurando material para fazer barquinhos e íamos conversando. Quando chegamos no rio, perguntamos a um casal com filhos e eles nos disseram que dava para atravessar o rio a pé perto de um banco de areia que havia na direção do mar. Fomos para lá e atravessamos com a água abaixo da cintura. Quando chegamos na outra margem, uma água muito quente me fez deixar a mochila na areia e voltar para mais um banho de mar. Que delícia! O casal também parou e ficamos conversando, enquanto o Jonas fazia castelos de areia. Retomamos a caminhada e vimos que a cabana do hippie que havia se “apossado” da ponta de areia do lugar, que vimos da outra vez, estava queimada. Andamos até Barra Grande, passando pelas gamboas na beira da praia. Também vimos queimado um pequeno bar, que na verdade era um espaço muito bonito para descanso na frente do mar. Essas construções de madeira e sapê são muito sujeitas a vândalos e acidentes com fogo. Entramos na cidade, que está muito movimentada, bem diferente da outra vez. Fomos direto para a padaria legal que tem lá, mas o serviço e as coisas não estavam boas. Comemos um salgado cada um, compramos queijo e pão e fomos procurar a pousada Tamarindus, para pegar os CD’s da Soninha. A pousada é muito bonita e tem um restaurante japonês nela. Pegamos o CD e corremos, pois nos informaram que estava para sair um barco para Camamu, que poderia parar em Campinho. Chegando no píer, o barco já estava lá. O dono nos cobrou R$ 2,50 cada para nos levar para Campinho. Que dinheiro bem empregado! Os seis quilômetros de volta, mesmo agradáveis, iam ser duros com a maré que já havia subido bastante e as assaduras nas minhas pernas, por ter andado tanto molhado de água salgada. A viagem de volta foi rápida e descemos no píer grande de Campinho. Passamos na Soninha, deixamos os CD’s e tivemos a sorte dela estar comprando camarões de um pescador na hora. O camarão estava fresquíssimo e comprei um quilo dele (nessas horas é que dá pena não ter gelo no barco!). Despedimos da Soninha e fomos andando para o Sítio Sabiá. Nossa roupa, que havíamos deixado para lavar, já estava pronta e a pegamos. Chegando no barco, logo limpei os camarões, tomei um banho de mar e fiz nosso almo-janta: macarrão com atum (sobra de ontem), arroz com açafrão e ervas e camarões fritos à provençal. Ficou óóótimo e só sobraram três camarões (sem fritar) para as crianças pescarem mais tarde. A noite foi passada com leitura, estudo e um pouco de pescaria, sem grandes resultados.

 

07/01/2007

Acordamos com um dia bonito e parecendo muito bom para a travessia para Itacaré. Após o café da manhã, começamos a arrumar tudo para a travessia curta, que deve levar umas seis horas. Fui até o Sítio Sabiá, paguei nossa conta e me despedi do Juvêncio, sempre muito atencioso conosco. Quando eram onze e meia, soltávamos a poita e íamos para a saída da barra, quase na hora do estofo da baixa-mar. Passamos facilmente pela barra, curtindo o belíssimo visual da Barra Grande e sua linda praia. Quando saímos da barra, apesar de algumas ondas estarem um pouco mais altas, as condições de navegação eram ótimas. Só o vento havia nos abandonado. O dia agora estava encoberto e praticamente sem vento. Lá fomos nós, motorando, com as velas em cima, mais panejando do que armadas. Coloquei a linha na água para tentar pegar um peixinho, mesmo com o carretel do molinete quebrado. O maior problema é que eu não conseguiria controlar a fricção e esta estava muito apertada. Algum tempo depois, a vara vergou violentamente, a fricção cantou uma ou duas vezes e fui pegar a vara para puxar o peixe. Quando a peguei, já não havia peso na linha. Recolhi para ver como estava a isca artificial e minha surpresa foi ver que só havia meia isca! A garatéia de trás da isca foi arrancada com metade dela. A garatéia da frente tinha dois anzóis normais e outro torto pela puxada! Devia ser um peixe bem grande! Coloquei outra isca, mas esta não fez sucesso e precisarei comprar iscas novas e arrumar esse molinete. Está incrível! Em todas as nossas últimas travessias temos tido peixes mordendo nossa isca. Quando eram quatro horas da tarde e já perto de Itacaré, entrou um ventinho de través. Mesmo fraco, desliguei o motor e fomos navegando a quatro nós, pois deveríamos chegar mais perto do final do dia para entrar no estofo da preamar. Quando faltava pouco para chegar, liguei o celular e o Serginho de Itacaré havia nos telefonado. Retornei para ele e ele me disse que iria nos auxiliar a entrar na barra. Quando chegamos na boca da barra, lá estava ele com um bote. Que bom vê-lo! Não nos encontrávamos desde Noronha. O Serginho é o BAN (Base de Apoio Náutico) de Itacaré e ele conhece muito bem o lugar. Nos colocou para dentro do rio das Contas e nos colocou ancorados bem em frente à sua bela casa, num lugar muito protegido. Batemos um papo, contamos as novidades e começamos a nos arrumar para conhecer um pouco de Itacaré. Pouco depois, estávamos descendo e colocando o bote na prainha que há em frente à sua casa e o Serginho nos levava para conhecer Itacaré com a Luna, sua linda labradora. A cidade é muito bonita e o comércio é bem forte. Escutávamos o sotaque paulista para todos os lados e acabamos indo parar numa pizzaria rodízio. A pizza estava ótima e nos fartamos de comer, pois havíamos comido só bolachas na travessia. Caminhamos um pouco pela cidade, vimos várias lojas de pranchas de surf e voltamos ao barco, pois estávamos todos cansados. Chegando na praia, vimos o Fandango “navegando” para lá e para cá, passando bem próximo à praia. Como havíamos dado muito cabo e a maré abaixou muito, ficávamos com a má impressão de estar muito perto das pedras e como estávamos num poço com muita correnteza, o barco ficava ao sabor dela. Fomos para o Fandas e achamos melhor mudá-lo de lugar. O sempre atencioso Serginho veio para nosso barco e nos auxiliou a escolher outro lugar, pois estava escuro e não conhecíamos bem o lugar. Novamente ancorados, ficamos um pouco no cockpit, após colocar mata-insetos para eliminar a “importação de muriçocas” (pernilongos que trouxemos de Camamu) e curtimos o visual da cidade, que nos lembra um pouco Ilhabela vista do mar. Uma descoberta desta ancoragem foi um método para o barco não enroscar a quilha no cabo de âncora. Quando paramos no primeiro lugar, eu, sabendo que a correnteza ia mudar e o barco giraria muito, pendurei um cinto lastro no cabo de âncora a cerca de três metros de profundidade. Dessa forma, com o cabo sempre esticado para baixo, não houve enrosco nenhum do cabo de âncora na quilha. Quando nos preparávamos para mudar de lugar, soltei o cinto lastro e pouco depois acontecia o enrosco! Quando fizemos a última ancoragem, recoloquei o cabo e tivemos uma noite muito tranqüila. Quem for ancorar em rio ou em algum lugar onde o barco possa girar e utilize cabo na âncora, procure ter um peso no barco (meu cinto tem três quilos) para prendê-lo (usei um nó falso de correr) com um pouco mais profundidade do que a quilha e evitará grandes problemas!

 

08/01/2007

Acordamos com vozes chamando o Fandango. Quando levantei, vi o “Aventura”, um lindo 43 pés na nossa proa e o Abel, gaúcho que conhecemos no CENAB, segurando a proa do Fandango. Como a maré parou um pouco, o Fandas foi para cima do Aventura. Aproveitamos para conversar e contar as novidades de nossa viagem. Conhecemos o simpático casal dono do barco, que está viajando com seus filhos e que gostam de surfar. Mudamos o Fandango mais para a frente e ancoramos ao lado do antigo “Trismus”, do Patrick Van God, cujos livros li já faz muito tempo. Tomamos café e aproveitamos para fazer diários e as crianças estudaram. Pouco antes do meio-dia, saíamos com destinos às praias. Deixamos o bote na casa do Serginho, que em breve vai virar uma bela e extremamente bem localizada marina, e saímos andando. Logo vimos que já estávamos ao lado de uma praia muito bonita, chamada praia da Concha, que fica voltada para o rio e o farol fica bem na ponta das pedras que saem de seu lado direito. Andamos pela praia, fotografamos e saímos andando a procura de outras praias. Andando cerca de 15 minutos em ritmo lento, chegamos na praia do Resende. Que surpresa boa! Uma trilha de terra muito curta levava em linha reta para a linda praia, que é circundada por morros e mata atlântica. As praias de Itacaré são as únicas da Bahia que fogem do relevo plano e do tradicional coqueiral. Logo nos chamou a atenção uma trilha pelas pedras ao lado direito e, por ela, chegamos à praia da Tiririca, também muito bela. A vista de cima das pedras entre as duas praias é fantástica! Havia muita gente nas praias, mas sem excesso. Muitos surfistas pegavam ondas, nestas que são consideradas as melhores praias da Bahia para surf. Tomamos um banho de mar, com água quente e transparente, num mar com muitas ondas. Após tomar um coco e quando já pensávamos em ir embora, encontramos com o Francisco, a Jussara e seus filhos, que estão no lindo veleiro “Aventura”, ancorados ao nosso lado. Sentamos para conversar e ficamos batendo papo um bom tempo sobre nossas viagens. Fomos para a outra praia, praia do Costa, por cima das pedras também, com outra vista lindíssima. A praia do Costa estava com bandeira vermelha e não havia ninguém dentro da água. Resolvemos tentar a última: a praia da Ribeira. Em vez de irmos pelas pedras, que entre essas duas praias são muito íngremes, fomos pela estrada e fizemos bem, pois foi muito mais perto e seguro. A praia é ainda mais bonita que as outras! Sentamos em cadeiras numa barraca de tapiocas, pedimos nossas tapiocas salgadas e fomos tomar outro banho de mar. Muita gente estava surfando e percebemos que a praia é mais para iniciantes. Um lindo rio desaguava no lado esquerdo da praia e as crianças ficaram lá brincando de fazer barquinhos com cascas de coco e folhas. As tapiocas estavam ótimas e pedimos também tapiocas doces. O fim de tarde foi maravilhoso e o sol foi baixando atrás da mata, deixando sol na praia até as cinco horas da tarde. Voltamos a pé e pela estrada para a cidade, onde tomamos picolés. Encontrei o Luis Fernando, rapaz que conheci em Ilhabela no Pés no Chão, e que é amigo do Pingo e da Meire. Paramos numa loja de pesca e comprei um molinete e iscas artificiais novas, para tentarmos pegar um peixinho na ida para Porto Seguro. Fomos até o barco e pegamos coisas para tomarmos banho na casa do Serginho. Enquanto uns tomavam banho, outros ficavam vendo fotos e filmes das viagens de barco dele. O que mais gostamos foram as fotos e filmes dos Açores, que parece ser um lugar fantástico. Voltamos ao barco muito cansados e logo estávamos dormindo, mesmo com o barco rodando doidamente por causa da correnteza estranha da entrada da barra.

 

09/01/2007

Acordei as crianças cedo para estudarem e fiquei aproveitando a cama até mais tarde. Tomamos o café tranqüilamente, enquanto as crianças acabavam o estudo. Saímos do barco era mais de uma hora da tarde e fomos andando para a praia da Ribeira, nossa preferida, e no meio do caminho resolvemos alugar uma prancha de surf. Negociamos e pegamos uma fun-board, que para minha surpresa era leve e fácil de carregar. Chegando na praia da Ribeira, pegamos uma mesa ao lado da barraquinha de tapiocas, tomamos um banho de mar, com muitos pedaços de algas no meio da arrebentação e logo a Lu estava indo para a água surfar. As crianças ficaram brincando de fazer barquinhos e conversamos com duas moças do interior de São Paulo, Luciana e Sandra, que estavam passeando em Itacaré. Logo foi a minha vez de tentar surfar! Fiz o maior esforço para tentar ficar em cima da prancha de pé, mas só consegui ficar de joelhos e pegar jacarés. Depois foi a vez da Carol e por último o Jonas, que ficaram pegando jacarés e gostaram muito. Comemos tapiocas e, no final da tarde, retornamos para a cidade. A Lu comprou um biquíni, aproveitei para fazer mercado, tomamos um suco numa pequena lanchonete e fomos experimentar uma baguete de picanha que nos havia sido indicada pelo Serginho. O único problema é que a espera para pegar o sanduíche era de 25 minutos! Isso porque não havia mesa e era só pegar o sanduíche e sair comendo! Deixamos o pedido feito e fomos passear por uma rua que ainda não havíamos andado. O lugar todo é muito bonito e passamos por uma rua com mais e melhores restaurantes. Acabamos achando o restaurante Mediterrâneo da Ester, uma amiga da nossa amiga Cláudia Gnemmi de Ilhabela. Ela estava descansando e ficamos de voltar outra hora. Quando retornamos, os sanduíches estavam saindo. Valeu a espera! São deliciosos e comemos muito bem. Amanhã tentaremos passar mais cedo para não pegar fila de espera. Retornamos ao barco cansados e, após ver a lua minguante nascer atrás de farol de Itacaré, com a linda Itacaré toda iluminada atrás de nós, fomos dormir aproveitando que a noite estava bem fresca.